40 milhões em algo pior que vidro

Há pouco mais de um ano, o amigo Douglas postou nesse mesmo blog um post, o "40 milhões em vidro", e com base na minha própria opinião, duvidei das palavras dele, pois via um caminho de sucesso para Pato e cheguei a dizer "se Pato faz gol no Barça em 25 segundos, imagina o que fará no brasileiro em um jogo". A se arrependimento matasse...
Sempre fui fã do futebol de Pato, desde os tempos de Inter o garoto mostrava uma técnica rara, inteligência e frieza absurdas para a idade que tinha quando despontou no time Colorado, logo pensei "esse cara é seleção". Porem, quando foi para o Milan estranhei, era muito cedo para essa mudança já que Alexandre era um adolescente quando foi para Milão.
Com o tempo, a Itália se tornou um calvário para Pato. Foram 16 lesões em 5 anos de Milan, que fizeram ele ficar mais tempo no DM do que em campo, afastando a grande promessa e enaltecendo o menino de vidro.
Mas o Corinthians abriu as portas para ele ano passado, e para seus fãs e para a fiel, era a chance de Pato voltar a jogar o que sabe, mas os críticos e entendidos sempre apontavam o mesmo problema: lesão.
Mas após um ano de Corinthians, ficou claro que todos erraram. Pato não foi bem, mas a culpa não foi seu físico, já que não teve lesões e foi muito bem cuidado no clube paulista. O problema era muito mais sério, pois Pato se mostrou um homem de psicológico lesionado.
Lembram do menino da base do Inter, de técnica rara? Ainda está lá. Pato não esqueceu como se joga futebol, ainda tem a explosão, dribles e finalizações precisas. Mas se tornou um jogador preguiçoso, sem vontade, sem gana nem raça, não liga se é titular, banco ou nem escalado. Com sua grife, "marra", e frases prontas na imprensa, Pato virou uma piada perto que era esperado para seu futuro.
Ouso dizer que se Pato fosse menos grife e mais Brocador, não teríamos problemas quanto ao 9 da nossa seleção.
Após 12 meses de Corinthians, Pato não caiu nas gracas do time e muito menos da torcida, e acabou sendo emprestado ao rival São Paulo. Mais uma chance para ele, dessa vez com um motivador, Muricy, num clube de clima menos explosivo, de menor pressão e com uma torcida mais "calma".
Porem a receita para um possível bom ano de Pato é simples. Vontade. Jogar como um garoto da base brigando por vaga no time principal, sem grife, sem estrelismo, apenas futebol. Pato nasceu com um dom raro pra jogar bola, basta lembrar como utilizar esse dom. Mas, por hora, é óbvio que o Corinthians pagou 40 milhões em algo pior que vidro.
Pato derrotado apenas por Pato
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