É sempre assim


Hoje, a diretoria do Botafogo anunciou a demissão (continuará no clube, como auxiliar) de Eduardo Hungaro, técnico que veio das categorias da base como aposta, e como medida econômica no começo do ano, mas não vingou na Libertadores, e deu vexame no carioca. 
Hungaro tem muita culpa sim nos vexames do Botafogo nesta temporada, mas não é nem de longe o principal culpado, ao meu ver pelo menos.


Salários atrasados viraram rotina
O Botafogo vem de alguns anos de desordem administrativa. Se desfaz de todo o elenco no começo do ano, e contrata mal demais, como foi esse ano, quando trouxe dois ou três bons nomes. O clube mais atrasa do que paga os salários, e isso afeta demais o rendimento dentro de campo. Ano passado por exemplo, Oswaldo e o time jogaram com vontade, mesmo sem salário, o que foi uma exceção, já que funcionário de empresa nenhuma trabalha bem sem o seu ressarcimento.
Mesmo com esses problemas, o clube sempre contrata bem no início do ano, e da aquela boa impressão de “agora vai para a torcida”, mas acaba sempre na mesma.
Esse ano, era um dos mais aguardados pela torcida, já que o time não jogava a maior competição do continente a 11 anos. A diretoria contratou, bons nomes inclusive, começou bem, com show de um dos contratados Wallyson na pré-libertadores, entrou com moral na fase de grupos. O que empolgou demais a torcida.
Mas foi na fase de grupos que o Botafogo começou a ser o Botafogo dos últimos anos, os salários atrasaram, e ao contrário do ano passado, o nível caiu. E caiu muito. Até o clube bobear dentro de casa, e ser eliminado.



Ai que entra o “fator campo”, onde o clube pecou tanto quanto fora dele. O que é entendível pela falta de experiência de Hungaro, que também errava muito em suas escolhas, e insistia em colocar jogadores como Marcelo Mattos, no lugar de Bolatti, que é visivelmente mais jogador que o brasileiro.
A falta de elenco também acabou prejudicando Hungaro, que optou pelo time misto no carioca. E passou vergonha, jogou mal demais, e viu os seus três rivais avançarem juntos da Cabofriense.
Pior do que a falta de jogadores, foi o baixo rendimento da maioria dos jogadores tidos como esperança de uma boa campanha na competição sul-americana. Lodeiro e principalmente o atacante “El tanque Ferreyra”, que não chegou a engrenar no clube da estrala solitária por exemplo, jogaram bem abaixo do esperado pela torcida.
Outro fator que atrapalhou foram as ausências de Jefferson, que além de ser um excelente goleiro tem um papel de liderança essencial no grupo.



Seedorf deixou saudades no clube da estrela solitária
Outros jogadores que tinham certa liderança saíram, e nitidamente o time sente falta de jogadores como Seedorf e Rafael Marques, que na temporada passada levaram o Botafogo a Libertadores.
É uma pena essa eliminação precoce, de um time que ao meu ver, tinha certo potencial, como escrevi no começo do ano, quando acreditava que essas apostas poderiam dar certo, mas não deram, e o Botafogo acabou sendo mais um brasileiro eliminado por si mesmo. E essa eliminação, fruto da má administração e baixo rendimento do clube, deixam a impressão da não só uma derrota em campo, mas fora dele também.
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